MADEMOISELLE HUPPERT
por Ricardo Corsetti
Quem me conhece razoavelmente bem, sabe que qualquer coisa (me refiro a filmes, claro) que envolva a presença da excepcional Isabelle Huppert (A Professora de Piano, 2001) já me desperta a atenção imediatamente.
Quanto ao interessante Uma Vida Sem Ele, um bom drama com toques de comédia dirigido pelo estreante Laurent Lariviére, é inegável que ela (Huppert) é simplesmente a alma do filme, um autêntico sistema solar, onde tudo e todos transitam e dependem deste imenso sol provedor.
Filme bem realizado, com competente trabalho de direção de arte (cenografia e figurinos) nas cenas que envolvem reconstituição de época, visto que a trama se passa em dois períodos distintos: o final dos anos 60 (juventude de Joan) e também nos dias atuais, momento em que a protagonista se tornou uma bem sucedida editora.
Embora com duração enxuta (1 hora e 41 minutos), em determinados momentos o filme chega a cansar um pouco mas, graças à inigualável força cênica de Huppert, Uma Vida Sem Ele consegue superar suas limitação narrativas e é também eficiente no sentido de guardar até o final um segredo que é o grande trunfo para se entender toda a trama e também o porquê da relativa amargura, sempre presente no cotidiano da protagonista.
Tecnicamente bem realizado e marcado por aquele senso de humor peculiar que só mesmo um típico filme francês pode oferecer, Uma Vida Sem Ele cumpre bem seu papel de entreter com conteúdo, embora nem sempre supere suas limitações narrativas.
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