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MATRIX: RESURRECTIONS (idem)



MAIS DO MESMO COM COM ALGUM TALENTO


por Ricardo Corsetti


Confesso nunca ter sido um grande fã da famigerada franquia Matrix, mesmo levando em conta que faço parte da geração dos "quarentões e trintões" que presenciaram o auge do sucesso e modismo em torno deste símbolo de uma geração, idealizado pelas já lendárias "Wachowski Sisters" autoras e diretoras de Matrix (1999).

Nem mesmo a tão alardeada menção à filosofia pop do teórico francês Jean Baudrillard e seu conceito revolucionário dos "simulacros" (vetores da realidade virtual) presente na base de concepção da franquia, jamais me seduziu a ponto de me fazer um autêntico fã ou entusiasta do filme, ao contrário de muitos amigos (cinéfilos ou não).


Por isso mesmo, já era de se esperar que eu fosse assistir a mais nova reencarnação da franquia, Matrix Resurrections, com certa resistência. O que de fato ocorreu. Mas, para minha surpresa, até que acabei gostando do novo filme, bem mais do que eu esperava. Pois a forma como ele parece se auto-parodiar, inclusive, às vezes, ironizando o próprio cansaço dos personagens principais em relação à trama original, torna o filme ligeiramente divertido.


Além disso, mesmo para um não-fã declarado do "universo Matrix", é impossível não admitir que seus personagens centrais: Neo (Keanu Reeves), Trinity (Carrie-Anne Moss) e Morpheus (Yahya Abdul Mateen II) são mesmo muito carismáticos.



Inclusive, a substituição do Morpheus original, vivido pelo veterano Lawrence Fishburne (Missão Resgate, 2021) pelo jovem Yahya Abdul (A Lenda de Candyman, 2021), deu mesmo um novo gás para o personagem. Embora seja fato que a saída de Fishburne da franquia se deu por um motivo nada nobre, ao qual nem convém mencionar aqui em detalhes.


Em termos técnicos, os efeitos especiais que permeiam boa parte de Matrix Resurrections, embora super competentes, já não impressionam com a mesma intensidade do que ocorria ao vermos, pela primeira vez, o filme original de 1999.

Merece destaque a competente direção de Lana Wachowski (O Destino de Júpiter, 2015), aqui assumindo o comando de tudo, longe de sua irmã Lilly Wachowski, velha parceira na concepção e direção dos episódios anteriores da franquia.


O ex-galã Keanu Reeves mostra ter adquirido maturidade como ator ao viver novamente o protagonista Neo, apesar de seu estilo sempre discreto de atuação.


Enfim, embora não traga grandes novidades técnicas ou mesmo temáticas, Matrix Resurrections, sem dúvida, constitui um prato cheio para os hoje "tiozões" fãs da já clássica franquia, lhes entregando muita ação, pirotecnia e personagens carismáticos com os quais se habituaram viver por mais de duas décadas. E realmente não cansa nem um pouco, apesar de suas quase 2 horas e meia de duração.




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