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EO (idem)





QUANDO UMA SIMPÁTICA IMAGEM, DIZ MESMO MAIS DO QUE MIL PALAVRAS



por Ricardo Corsetti


Dirigido e corroteirizado pelo consagrado realizador polonês Jerzy Skolimowski (11 Minutos, 2015), EO nos apresenta a história de um simpático burrinho, após fugir do circo onde trabalha e encarar os desafios cotidianos de conviver e lidar com o pior ser vivo que habita o planeta Terra, ou seja, o ser humano.

Sabemos que filmes protagonizados por animais, sobretudo quando realizados em Hollywood, tendem a idealizar e antropomorfizá-los (dar características humanas) em excesso. Felizmente, este não é o caso da simpática produção polonesa, recentemente indicada ao Oscar de melhor filme estrangeiro, aliás.


EO consegue entreter, sem nunca cair na armadilha de dar doses de fofura excessiva a seu protagonista equino, gerando portanto, empatia em relação ao burrinho, mas sem subestimar a inteligência ou senso de realidade por parte do espectador.


Por meio de um estilo narrativo quase documental, EO cumpre bem sua tarefa de nos apresentar todo o egoísmo, oportunismo e, por vezes, pura maldade mesmo do bicho homem.


O mundo como ele de fato é, visto e apresentado a nós pelo ponto de vista do simpático burrinho, me fez lembrar um pouco o estilo do ultraclássico filme tcheco Um Dia, Um Gato (Vojtech Jasny, 1964), embora aqui haja uma secura e objetividade muito maior no estilo narrativo.


Ah, Polônia, berço eterno de grandes gênios da sétima arte do porte de um Roman Polanski (O Bebê de Rosemary, 1968) e Andrezj Wajda (Cinzas e Diamantes, 1951), por exemplo, tu não cansas mesmo de nos brindar com gente talentosa e muito criativa. Que ótimo isso!



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