AVENTURA COLORIDA
por Marcelo Rommer
Empirion: Uma Aventura com Einstein (Michael Ruman, 2024) é uma comédia de aventura situada em uma espécie de realidade alternativa onde uma empresa mantém congelados uma série de cientistas importantes do passado e, no início, revive Einstein interpretado pelo ótimo ator Norival Rizzo (TPM! Meu Amor, 2023) para transformá-lo em garoto propaganda celebridade de uma série de produtos. Ao mesmo tempo, Davi Campolongo (Poliana Moça, 2023) na pele de Félix, aquele garoto geniozinho típico de aventuras infantis, tenta desenvolver seu projeto de uma espécie de capacete que fortalece as ondas cerebrais enquanto tem problemas na escola de alta classe onde estuda como bolsista no meio dos adolescentes ricos. Entre eles está a patricinha malvada Maria - interpretada por Pietra Quintela (Poliana Moça, 2023) - que tem uma rixa acirrada com ele.
Precisando de ajuda para terminar seu projeto, Felix descobre que Einstein está hospedado no sofisticado Hotel Andor, onde sua mãe trabalha como arrumadeira, e decide ter um encontro com o cientista. A partir daí começa a aventura com Félix e seus dois amigos tentando entrar no hotel usando as mais diversas artimanhas em situações em ritmo de desenho animado, com muita correria e confusão nas dependências do hotel, onde os adolescentes são perseguidos pelos seguranças do hotel capitaneados pelo gerente Fausto, na ótima presença de André Abujamra (8 Presidentes 1 Juramento, 2023) e sua filha Maria que, junto com o pai, quer roubar a ideia do moleque.
O ritmo é frenético, acompanhando a ideia de desenho animado, que podemos notar pela Direção de Arte com ambientes monocromáticos no hotel que é apresentado de forma estilizada, ao contrário do mundo exterior que é feito de forma realista/naturalista. Pena que se possa apenas ver de relance por causa do ritmo - às vezes, acelerado demais - da ação, com excesso de planos médios e closes da direção. O número exagerado de cortes e inserção de ceninhas - que parecem delírios - também prejudica a compreensão da história e das situações apresentadas.
A ideia é simples e muito boa, lembrando as chanchadas da década de 50 onde centravam a história em um hotel e seus personagens característicos com muita confusão acontecendo, assim como os desenhos animados antigos, com um personagem lutando sempre para conseguir entrar em um lugar ou pegar algum objeto.
O elenco é carismático e cheio de personalidade, com destaque para os já citados Norival Rizzo e André Abujamra. A direção e montagem são meio confusas, com situações mal explicadas como a da irmã de Félix, pessimamente interpretada pela atriz mirim que, às vezes, parece estar apenas entediada ou emburrada, em um papel que deveria ser de uma menina com problemas mentais ou algo parecido (não se consegue entender o que ela tem). E ainda tem cenas que levam a audiência a achar que ela tem poderes sobrenaturais sem a mínima necessidade.
Apesar desses tropeços, é um filme que tem todas as chances de agradar ao público infantil, que vai se divertir com as situações de correria e piadas aqui e ali.
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