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Atualizado: 23 de jun. de 2023



DELICIOSO SABOR DE SESSÃO DA TARDE


por Ricardo Corsetti


Desde meados dos anos 80, provavelmente nenhum outro gênero - ou subgênero - foi tão popular no cinema norte-americano como à comédia romântica.

Nesse sentido, o recente Amores Verdadeiros - inspirado em sucesso literário homônimo - parece tentar resgatar a tradição, mas adaptando, é claro, algumas características da clássica comédia romântica aos tempos atuais.


Se, por um lado, o filme de Andy Fickman (Brincando Com Fogo, 2019) respeita algumas regras básicas do subgênero como mocinha virtuosa, melhor amigo por ela secretamente apaixonado, coincidências quase inverossímeis, etc; por outro lado, se adapta à necessidade de subverter algumas convenções, como por exemplo, no momento em que a protagonista, após as dúvidas e reviravoltas típicas da trama, opta por ficar com o sujeito que não é, digamos assim, propriamente o sonho de consumo de toda típica garota norte-americana de classe média.

O elenco carismático, embora não necessariamente "estelar", colabora bastante no desenvolvimento da trama que, aí sim mantendo ao pé da letra, o padrão quase sempre inverossímil do subgênero, é cheia de fatos e coincidências somente possíveis num universo ficcional e, cá entre nós, com muita tolerância às "licenças poéticas".

Às vezes tenho a sensação de que, como diriam alguns amigos meus, os típicos white people problems (problemas típicos de gente branca e bem nascida), apresentados no filme são, pra não perder a piada, os problemas que eu gostaria de ter, aqui no mundo real.


Um gostoso sabor de Sessão da Tarde, levemente repaginada, sem dúvida, é o que se encontrará em Amores Verdadeiros. E isso é ótimo porque, aliás, de pesada, imprevisível e quase sempre insatisfatória, já nos basta a vida real, não é mesmo?




Atualizado: 23 de jun. de 2023



UMA TENTATIVA DE FILME DE HORROR E O NASCIMENTO DE UMA NOVA MUSA

por Ricardo Corsetti Uma coisa é inegável: desde que estrelou a reencarnação da franquia Pânico - em Pânico 5 (2021) e Pânico 6 (2023) -, a jovem atriz mexicana Melissa Barrera é fortíssima candidata ao título de nova musa do terror - contemporâneo. Ou, quem sabe até, ela possa herdar o título/apelido que já foi associado a Jamie Lee Curtis (Halloween, 1978), entre o final dos anos 70 e início dos 80 -, se tornando a nova "scream queen" (rainha do grito) do horror moderno.

Até porque, é fato que ela é simplesmente a alma, em todos os sentidos, do recente filme O Nascimento do Mal, do qual assina, aliás, a produção executiva, além de protagonizá-lo. No mais, o longa padece da absoluta falta de criatividade ou originalidade, optando por sustos fáceis (que na maioria das vezes, não funcionam da forma esperada) e por uma trilha sonora equivocada, que tenta super dimensionar determinadas cenas, forçando uma dramaticidade que tais cenas, na verdade, nem de longe possuem. Felizmente, porém, para compensar suas deficiências em termos de roteiro e originalidade, O Nascimento do Mal possui Melissa Barrera que, literalmente, deu o sangue (também no sentido metafórico) para o que filme ainda funcione razoavelmente, entregando uma atuação realmente competente e envolvente.

Em termos de referências cinematográficas, O Nascimento do Mal se inicia parecendo uma espécie de misto entre O Chamado (Gore Verbinski, 2002) e Atividade Paranormal (Oren Peli, 2007), para mais adiante se tornar uma espécie de O Bebê de Rosemary (Roman Polanski, 1968) pouco inspirado. Em resumo, boas referências o filme até possui, o problema é não saber aproveitá-las ou desenvolvê-las da forma adequada. Em ternos técnicos, a direção é apenas ok e os efeitos especiais, satisfatoriamente realizados. Mas o que realmente fica em nossa memória após ver o filme é mesmo a ótima atuação e total entrega à personagem, apresentada pela nova diva Melissa Barrera. É isso.



Atualizado: 23 de jun. de 2023



UMA TENTATIVA DE FILME



por Ricardo Corsetti


Desde quando, em 2008, a dupla de diretores Glauber Filho e Joe Pimentel realizaram o longa-metragem Bezerra de Menezes, o mercado audiovisual brasileiro descobriu um novo filão de cinema de gênero: o filme espírita.

E apenas dois anos depois, em 2010, o diretor/roteirista do recente Ninguém É Perfeito, Wagner de Assis, dirigiu Nosso Lar, outro grande pilar deste novo subgênero cinematográfico brasileiro.


No entanto, ao contrário do que ocorre em seu bem sucedido e competente filme espírita anterior, Assis erra feio a mão em seu mais recente trabalho.


Atuações equivocadas, mau desenvolvimento do roteiro adaptado da obra literária homônima de Zíbia Gasparetto (1926 - 2018) e até mesmo um estranho estilo de direção, caracterizado por planos (enquadramentos) estranhos e que não funcionam dramaturgicamente, marcam este filme, infelizmente, bastante equivocado.


E no que se refere às atuações, somente Carol Castro (Perigosa Obsessão, 2004) parece encontrar o tom adequado à sua personagem. Danton Mello (Superpai, 2015), por sua vez, apresenta um desempenho apenas mediano como protagonista. Já a bela Paloma Bernardi (Aldo - Mais Forte que o Mundo, 2016) nos oferece um show à parte, mas no mau sentido, pois a composição de sua vilã é involuntariamente hilária, graças ao tom extremamente over (exagerado) de sua atuação. Com certeza, nem mesmo uma típica vilã de novela mexicana televisiva seria capaz de bater a atuação de Bernardi, em termos de exagero cênico (risos).



Outro erro primário - e típico do cinema de gênero made in Brazil - cometido em Ninguém É de Ninguém é tentar copiar a clássica cena dos fantasminhas que carregam os desencarnados do mal rumo às profundezas, claramente inspirada em Ghost - Do Outro Lado da Vida (Jerry Zucker, 1990). Detalhe: 33 anos após sua realização, quando revemos a produção norte-americana citada, tal cena (efeito especial) ainda funciona bem. O mesmo, porém, não se pode nem de longe se dizer a respeito da "réplica" tupiniquim.


É, ao que parece, pouco mais de uma década após sua criação, o filme/cinema espírita à brasileira começa mesmo a apresentar claros sinais de esgotamento.


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