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Atualizado: 30 de jul. de 2023



UMA BOA PREMISSA DESPERDIÇADA



por Ricardo Corsetti


Sinceramente, poucas vezes fui a uma sessão de cabine de imprensa (lotada, a propósito) em que era visível, tanto a boa expectativa em relação a um filme, quanto a imensa decepção generalizada pós sessão, conforme ocorreu no caso de O Convento.

Talvez a elevada expectativa inicial em relação ao longa se deva ao fato de aficcionados, como eu, pelo gênero horror saibam que, quase sempre, tramas envolvendo freiras e conventos costumam render ótimos filmes do gênero, tais como o ultraclássico polonês Madre Joana dos Anjos (Jerzy Kawalerowcys, 1961), por exemplo.


Infelizmente, porém, o longa dirigido e corroteirizado pelo britânico Christopher Smith (Riviera, 2020) é pura decepção graças a diversos fatores: trama capenga e mal desenvolvida cheia de cenas e momentos desconexos, efeitos especiais que chegam a ser verdadeiramente risiveis, graças a tosquice técnica com a qual são realizados, etc.


Em suma, apesar do bom elenco capitaneado pela sempre carismática Jena Malone (Donnie Darko, 2001), pouquíssima coisa se salva ou merece destaque, nessa produção bastante equivocada.



Talvez algumas belas locações - aparentemente localizadas na Espanha, por exemplo -, onde ocorrem determinadas passagens da história, possam também ser dignas de nota. Mas, realmente, ainda é muito pouco para se justificar a existência dessa sucessão de equívocos chamada O Convento. Uma pena mesmo.




LINDA EMBALAGEM, PARA UM CONTEÚDO APENAS RAZOÁVEL


por Ricardo Corsetti


Creio que a primeira coisa a ser dita sobre o filme em questão é destacar o autêntico "crime" por ele cometido, no sentido de aproveitar tão mal um ator do porte de Sam Neill (Jurassic Park, 1996) que, praticamente, foi utilizado como "figurante de luxo", com função absolutamente secundária na trama. Triste e desrespeitoso desperdício de seu talento, lamentavelmente.

No mais, pouco há a se destacar nesse misto de ficção científica/fantasia/comédia que mais parece um amontoado de referências mal utilizadas: As Crônicas de Nárnia (Andrew Adamson, 2005), Harry Potter (Chris Columbus, 2005), Os Excêntricos Tenenbaums (Wes Anderson, 2001), etc.


Aliás, por falar em Os Excêntricos Tenenbaums, é visível que esta recente produção inglesa, dirigida pelo australiano Jeffrey Walker (O Casamento de Ali, 2020), tenta emular, sem sucesso, aquele típico humor "fofinho", característico do diretor de "Tenenbaums", Wes Anderson.


As tiradas cômicas quase sempre não funcionam, pois os personagens, em sua quase totalidade, não são carismáticos. Nem mesmo o "vilão" vivido pelo quase sempre ótimo Christoph Waltz (Bastardos Inglórios, 2009) que aqui está excessivamente caricato.

Realmente pouca coisa se salva ou é digna de nota em O Portal Secreto, com exceção do ótimo trabalho de direção de arte e também a bela fotografia. Mas isso é mesmo muito pouco para tornar O Portal um filme realmente relevante.





MOMENTO NOSTALGIA, MAS COM MUITA AÇÃO


por Ricardo Corsetti


Em primeiro lugar, é preciso dizer que seria mesmo preciso - sobretudo para aqueles que acompanharam ao longo de já quase três décadas, desde quando foi rodado o primeiro filme da franquia, em 1996 - muita ingenuidade e também "boa vontade" para acreditar que poderíamos ter, a essa altura, um filme melhor do que o realizado por Brian De Palma (Missão Impossível, 1996) ou o tão bom quanto, realizado por John Woo (Missão Impossível 2, 2000).

Mas isso não significa que Missão Impossível 7 seja, necessariamente, um filme ruim, muito pelo contrário. Apesar de excessivamente longo (típico mal dos blockbusters contemporâneos), o filme escrito e dirigido por Christopher McQuarrie (o já lendário roteirista de Os Suspeitos, 1995) tem lá seus méritos.


A ação quase que ininterrupta - ao longo de 2 horas e 45 minutos de duração - aliada a efeitos especiais tecnicamente muito bem realizados, sem dúvida, são o ponto alto do filme.


Por outro lado, uma trama um tanto confusa e repleta de clichês temáticos e narrativos, tais como, a velha história de se responsabilizar - em algum momento - a velha Rússia por todo o mal existente no universo, se fazendo menção à Guerra Fria (coisa que nem mesmo existe mais, diga-se de passagem) cansa um pouco a nossa inteligência. Em resumo, alguém precisa avisar o Tio Sam, urgentemente, sobre o fato de que a Rússia já não é um país socialista há algum tempo, não é mesmo? (risos)


A qualidade do elenco, engrandecido por um trio de belas e talentosíssimas atrizes: Rebecca Ferguson (Doutor Sono, 2019), Hayley Atwell (A Duquesa, 2008) e Vanessa Kirby (Pieces of a Woman, 2020); além, é claro, do charme maduro de um agora sexagenário Tom Cruise como protagonista (que, embora tenha lá suas limitações como ator, é sempre muito carismático) também ajuda muito no sentido de fazer fluir, com relativa desenvoltura e até senso de humor, a longa duração da trama.

Quanto à direção de McQuarrie, é competente, mas até pelo fato dele, sinceramente, me parecer muito mais roteirista do que diretor, falta uma certa personalidade ao seu estilo, ou seja, uma verdadeira "assinatura" de diretor.


Além disso, é uma pena que McQuarrie ceda tão facilmente a essa intragável e contraditória mania dos blockbusters contemporâneos, no sentido de serem, estranhamente, tão extensos. Onde estão - no mundo do cinema atual - aqueles saborosos filmes com 1 hora e meia/ 1 hora e 40 minutos de duração (como era o caso do primeiro e melhor Missão Impossível de 1996, aliás)? Por que hoje em dia tudo tem que ter, pelo menos, 2 horas e meia de duração? Costumo chamar a esse fenômeno contemporâneo de "nolanização" (menção a Christopher Nolan - A Origem, 2010) do cinema. Mas não vou me estender na elaboração dessa tese.

Além do mais, Missão Impossível 7 já foi imediatamente pensado para ter uma sequência, já em fase de produção. Ah, a transformação de absolutamente tudo em "franquias" é outro mal do cinema contemporâneo.


Enfim, devaneios à parte, volto a frisar que Missão Impossível 7, não é um filme ruim. Possui os méritos acima destacados, tais como a extrema perícia na execução de cenas de ação de tirar o fôlego, etc. Só precisaria, digamos assim, aparar algumas sequências, dar uma enxugada em sua duração excessiva, por exemplo, para assim render, sem dúvida, um filme ainda muito melhor.



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