top of page
Postagens recentes

COLETIVA DE IMPRENSA DO 30ªº É TUDO VERDADE

por Ricardo Corsetti


No último sábado (15/03) foi realizada a coletiva de imprensa de apresentação da 30a. edição do Festival É Tudo Verdade, que aconteceu em São Paulo, no IMS (Instituto Moreira Salles).


O renomado e sempre prestigiado festival de documentários celebra seus 30 anos, recém completados, com uma mais do que merecia homenagem a um de seus principais precursores e incentivadores: o documentarista Vladimir Carvalho (1935-2024).


Ao longo de décadas de carreira e ativismo social em prol do cinema e da justiça social no Brasil, Vladimir Carvalho participou e realizou inúmeros filmes documentais, dentre eles o ultra-clássico Cabra Marcado Para Morrer (1984), de Eduardo Coutinho, onde foi responsável pela assistência de direção.


Já como diretor, Vladimir Carvalho realizou, por exemplo, O País de São Saruê (1971) e Quilombo (1975).


A propósito, todos os filmes acimas citados, farão parte desta retrospectiva dedicada a esta figura essencial à história do Documentário no Brasil.


Além disso, no Panorama internacional teremos também uma retrospectiva composta por praticamente todos os filmes do diretor britânico - infelizmente, pouco conhecido no Brasil - Humphrey Jennings (1907-1950), talvez o mais importante documentarista britânico de todos os tempos.


E voltando a falar sobre Cinema Brasileiro, a 30ª edição do É Tudo Verdade não poderia, é claro, deixar de prestar uma igualmente imprescindível homenagem ao cineasta Tony Venturi (1955-2024), autor de Rita Cadillac - a lady do povo (2007), sobre a vida da ex Chacrete Rita Cadillac.


A 30ª do festival ocorre entre os dias 03 e 13 de Abril, simultaneamente em São Paulo e no Rio de Janeiro, sempre com entrada gratuita.


Para maiores detalhes sobre a programação, horários e locais de exibição, consulte o site oficial do Festival: www.etudoverdade.com.br


RISO, PORRADA E DOÇURA


por Ricardo Corsetti


Filmes que tentam combinar comédia e ação, na maioria das vezes costumam errar a mão ao não saberem equilibrar os elementos de ambos os gêneros.


Mas, felizmente, esse não é o caso do recente Novocaine, pois o filme realmente consegue divertir - e muito - sem esquecer de equilibrar seus momentos de humor com ação desenfreada.

Boa parte do êxito de Novocaine, porém, também se deve ao carisma e talento de seus protagonistas: o "nepo baby" (filho de celebridades) Jack Quaid (Acompanhante Perfeita, 2025), filho de Dennis Quaid (A Fera do Rock e Meg Ryan (Cidade dos Anjos, 1998). O atrapalhado romance entre eles equilibra muito bem, tensão e doçura.

A propósito: sinceramente, eu adoraria "padecer" da mesma síndrome do protagonista, ou seja, ser absolutamente imune a dor, pois assim, finalmente, eu criaria coragem para fazer algumas tatuagens. (risos)


Ao contrário do que ocorre no também recente Argylle - Supersespião (Matthew Vaughn, 2024), onde a absoluta falta de noção por parte dos roteiristas, fez com que o exagero cômico e nonsense, comprometesse a ação do filme, aqui em Novocaine, para alegria do espectador, riso, doçura, ação frenética e sangue jorrando na tela estão em perfeito equilíbrio.



MÉXICO PARA ESTRANGEIROS


por Ricardo Corsetti 


Baseado em tudo aquilo que eu já havia lido ou ouvido a respeito de Emilia Pérez, antes de fato ver o filme, talvez a melhor coisa que eu possa dizer sobre o filme é que ele é menos pavoroso do que eu esperava. O que não significa, necessariamente, que seja um grande filme. Longe disso, aliás.


A propósito, de onde a crítica "especializada" concluiu que o filme era digno de 13 indicações ao Oscar 2024, só mesmo Freud (ou o Rivotril) talvez possa explicar... (risos)


O ponto alto aqui, sem dúvida, são as atuações de Karla Sofia Gascon (Diga Sim, 2004) e, sobretudo, Zoe Saldana (Avatar, 2009). Inclusive, é fato que o filme é muito mais da personagem vivida por Saldana do que da própria protagonista "Emilia" (vivida por Gascon).


Já quanto à popstar Selena Gomez (Spring Breakers, 2012), vivendo sua primeira "vilã", o tom de sua atuação é um tanto exagerado. Sem dúvida, faltou a ela buscar o auxílio de um bom preparador de elenco.


Curiosamente, quando vi algumas sequências aleatórias do filme, previamente, me pareceu que seus números musicais eram mal coreografados. Impressão essa, porém, que se desfez no momento em que, finalmente, vi o filme em sua versão completa.


O diretor francês Jacques Audiard, autor, por exemplo, do ótimo O Profeta (2009), em sua primeira produção estrangeira, se mostra um tanto desengonçado, ao reproduzir um típico "México para turistas", ou seja, aquele típico misto de sensualidade à flor da pele, com muita violência e miséria, por outro lado.

Obs: e suas recentes desastrosas declarações a respeito do México, em entrevistas que tem dado à imprensa internacional a respeito do filme, só comprovam seu total desconhecimento a respeito do "México real".


Há, sim, sensibilidade na forma como se constrói e se apresenta a personagem vivida por Karla Sofia Gascon. Em alguns momentos a trama chega até a lembrar um Almodóvar dos velhos tempos (Matador, 1986, por exemplo), mas tudo ocorre de uma forma um tanto desengonçada. Deixando transparecer que, no fundo, Emilia Pérez é muito mais um produto que visa atender a uma demanda por pseudo "inclusão social" do que um filme realmente feito com honestidade de propósitos.

Em resumo, "Emilia Pérez": um fenômeno, a longo prazo, tão descartável quanto capa de chuva pós-verão. 




Search By Tags
  • Facebook Classic
  • Twitter Classic
  • Google Classic
Featured Posts
Follow Us
bottom of page